Iberê Bandeira de Mello (o mesmo que atuou na defesa de Silvio Peireira, o homem da Land Rover), advogado de José Ferreira da Silva, o Frei Chico, aparece hoje nos jornais dizendo que seu cliente ligou para a Vavá, o candidato a Fredo Corleone dessa pantomima, porque havia uns boatos. Leiam o que vai na Folha: “O convite partiu dele [Frei Chico]. Havia o boato de que a revista ‘Veja’ iria publicar algo sobre o Vavá, que seria a apresentação de pessoas a ministros, coisa que o Frei Chico não acredita que o Vavá faça. Então, ao chegar a São Paulo, ele procurou o irmão [Vavá] para levá-lo ao presidente", disse. "
Como é que é? Já sei. Está tudo explicado: a culpa é da VEJA. Essa mania de fazer reportagem deixa as pessoas nervosas, e elas acabam fazendo besteira. Como se vê, quando a revista publicou, em outubro, duas reportagens sobre a atuação do irmão-problema do presidente, foi mesmo de uma atroz insensibilidade. Vavá jamais se meteu com gente suspeita, certo? Mas esperem aí. Frei Chico diz que havia umas “broncas” contra Vavá em Brasília. De quem? Suponho que não fossem da Sucursal da VEJA.
O advogado tem uma explicação para a palavra “bronca”: “Bronca é gíria, é a mesma coisa que sujeira, é linguajar popular: tem uma bronca lá." Entendi: “bronca é sujeira”. Ok. Dou-me por satisfeito. E o codinome “Roberto”? Também vem a justificativa — ou quase: “Eu suponho que seja uma brincadeira familiar porque o Frei Chico foi do Partidão [PCB] e ficou clandestino muito tempo, podia ser um codinome dos tempos da ditadura. O dele devia ser Roberto."
Huuummm. E toca agora ao jornalismo ter de achar companheiros de militância de Frei Chico para saber se, afinal, ele era mesmo o Roberto, que era Frei Chico, que era José Ferreira da Silva...
Blog do Reinaldo Azevedo