quinta-feira

Conversa com Gabeira


"Gabeira tem sido uma voz firme na oposição a este governo de quadrilheiros, e lutado como pode contra o corporativismo do Congresso. Saiu do PT com forte desgosto pela incompetência, antes mesmo dos escândalos infindáveis de corrupção. Reconhece que há poder demais concentrado em Brasília, e que a divisão entre esquerdistas e direitistas não é mais a crucial, e sim a que separa os republicanos dos patrimonialistas. De um lado, os que pretendem fazer algo pelo bem público, e do outro os que entram na política para aumentar o patrimônio pessoal. Gabeira entende ainda que o poder corrompe, e que a ocasião ajuda a fazer o ladrão. Afirma que confia diretamente em cerca de 10% dos congressistas, mas que vários outros não necessariamente praticariam atos ilícitos, fossem as oportunidades para tanto reduzidas. E isso passa pela redução do dinheiro que trafega pelas mãos dos políticos, assim como o poder"...
Leia aqui o artigo completo: "Conversa com Gabeira", de Rodrigo Constantino

terça-feira

A COLHEITA DA IMPUNIDADE


por Diego Casagrande

Para nossa tristeza, finalmente estamos colhendo o que plantamos no Brasil. Na escalada de violência que vivenciamos, faltava mesmo um repórter seqüestrado e os encapuzados na televisão fazendo ameaças em rede nacional. Afinal de contas, este é um país onde a televisão está cheia de promotores, juízes, jornalistas e intelectuais com pena dos bandidos. Deveria ser o inverso, mas não é. Vai ver os bandidos cansaram de ser representados e decidiram eles mesmos venderem seu peixe.

Dia desses, um desembargador encheu o peito em um programa para fazer uma brilhante tese sobre a “absoluta falência da pena de prisão no mundo”, de maneira que segundo ele, “não adianta prender”. Excelente constatação. Em casa, 90% dos telespectadores estavam indignados com a asneira. No estúdio, um jornalista concordava com o magistrado.

Enquanto isso, o presidente do governo que criou o mensalão continua lépido e faceiro, gozando invejáveis índices de pesquisa. E os mensaleiros absolvidos estão por aí rindo da cara dos brasileiros honestos. São esses homens que fazem as leis, e, portanto, é natural que as leis sejam ridiculamente frágeis para garantir-lhes a impunidade. E o ciclo se realimenta. Um povo que tolera um Lula, um ACM, um Jader Barbalho, um professor Luizinho, um Sarney (oh Deus, são tantos!), inevitavelmente acabaria tolerando as regras impostas pelo crime violento.

Enfim, em um país onde parte considerável dos homens de decisão só pensa em se fartar no banquete da roubalheira, além de conceder direitos, direitos, direitos, e jamais deveres, é natural que o PCC tenha chegado à televisão. Em breve, para garantir a participação no Big Brother da Globo estarão seqüestrando juízes, promotores, senadores, deputados, secretários de Estado, etc. O PCC descobriu que o caminho da roça é mais simples do que pensava.

Estamos colhendo tudo o que plantamos. E a colheita está apenas começando.

Fonte

segunda-feira

Por que o crime tem medo de Geraldo


Porque sabe que ele vai combatê-lo com firmeza

Alguns problemas causados pelo crime organizado têm origem externa, como o tráfico de drogas e armas. Elas entram pelas fronteiras e pelos portos que deveriam ser vigiados pelas forças federais. A lavagem de dinheiro arrecadado pelas quadrilhas também só pode ser combatida pela vigilância do Banco Central. E é justamente esse o temor do crime organizado. As lideranças que estão sendo presas em São Paulo sabem que Geraldo Alckmin na presidência da República vai acelerar a reforma do código penal para tornar mais duras as penas para os criminosos.

Hoje, só é permitido o isolamento de presos perigosos por no máximo 180 dias, renováveis por mais 180. Se o preso for pego usando celular, não recebe qualquer tipo de punição. E isso precisa mudar. O sentimento de impunidade leva ao delito e a reincidência. Assassinos confessos se utilizam de intermináveis recursos judiciais para permanecer em liberdade. Ao mesmo tempo uma pobre mulher, que roubou comida no supermercado, fica presa por meses a fio porque não tem como pagar um advogado. Essa legislação precisa mudar.

Os quartéis do Exército e Aeronáutica e bases da Polícia Federal precisam ser reforçadas nas fronteiras. A Marinha deve ajudar na fiscalização dos portos. Além de promover o crescimento econômico que gere oportunidades de emprego e renda para a população, o poder público tem o dever de proteger as pessoas de bem. Tem o dever de isolar da sociedade quem atenta contra a vida humana. É inadmissível que só agora o governo federal inaugure seu primeiro presídio de segurança máxima.

É inadmissível que o governo federal não coordene o combate ao crime organizado. O roubo de carga é um verdadeiro câncer que agride diversos setores econômicos. Cargas são roubadas em São Paulo, Paraná, Minas Gerais e revendidas em outros estados sem nenhuma fiscalização. Caminhões roubados atravessam as precárias rodovias federais sem qualquer tipo de fiscalização. O crime organizado sabe que essa negligência vai acabar com Geraldo na presidência.
Desafios da Segurança Pública