terça-feira


A nota do DEM e a entrevista de Lula

NaFolha Online.


Em nota divulgada nesta segunda-feira, o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), critica as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre os partidos derrotados nas eleições municipais, e afirma que o petista é "irresponsável".

"Três partidos perderam: DEM, PSDB e PPS. (...) Foram os que perderam mais prefeituras. E os partidos da base do governo todos eles cresceram: PT, PMDB, PSB, PC do B, PP, PTB, todos", disse Lula em entrevista ao jornalista Ricardo Kotscho, que assessorou Lula e foi secretário de Imprensa e Divulgação da Presidência. A entrevista foi publicada na coluna de Kotscho no site IG.

Mesmo considerando que a oposição perdeu, o presidente diz que ainda é cedo para se tirar conclusões dos resultados do pleito e tentou desvincular essa eleição com a de 2010.

"Em política as coisas não funcionam automaticamente, uma eleição definindo a próxima. Eu me lembro do Mário Covas que teve uma grande votação para senador em São Paulo e foi apontado como futuro presidente da República, mas ficou em quarto lugar, em 1989. Quando o [Orestes] Quércia fez do [Luiz Antonio] Fleury seu sucessor em São Paulo, também saiu em capa de revista como futuro presidente, mas teve só 5% dos votos, em 1994. Não dá para fazer uma ligação robotizada entre 2008 e 2010", afirmou o petista.

Leia a íntegra da nota do DEM sobre as declarações de Lula:

Por considerar que o presidente Lula da Silva foi agressivo e irresponsável ao afirmar que o DEM, PSDB e PPS, os três partidos da oposição, saíram derrotados das urnas, o deputado Rodrigo Maia, presidente da Comissão Executiva Nacional do Democratas, chama a atenção para os seguintes pontos:


1. todos ganharíamos se o presidente da República pudesse mostrar ao país algum sentido de responsabilidade e de espírito público dedicando-se à busca de soluções para os efeitos da grave crise econômica que ameaça a renda, o emprego e o crédito do consumidor brasileiro;


2. o Democratas assume o compromisso de colaborar para que sejam adotadas pelo governo medidas destinadas a evitar que o Brasil sofra com a recessão e o desemprego;


3. o ponto de vista do partido será o da cidadania. O Democratas defenderá com firmeza o cidadão e o contribuinte exigindo que o debate das medidas do governo no Congresso seja feito com honestidade e transparência;

4. em vez de agredir a oposição, o presidente Lula deveria se lembrar que as eleições municipais de 2008, disputadas de forma plural e democrática pelos partidos políticos, já acabaram;


5. ao manifestar tanta agressividade, o presidente da República deixa clara sua insatisfação com o resultado das urnas que não confirmaram as previsões otimistas que ele fez para algumas cidades, como foi o caso de São Paulo.


Brasília, 27 de outubro de 2008

Deputado Rodrigo Maia
Presidente do Democratas."

segunda-feira


MENSALÃO: ELES SEGUEM MANDANDO...


Movendo-se com desenvoltura em todos os centros de poder, os mensaleiros só seguem no comando porque assim decidiu o presidente da República. Que sempre foi e sempre será o chefe de todos eles.

quinta-feira

Gilberto Carvalho e tática do jogo sujo.


Abaixo reproduzo parte da entrevista concedida por Gilberto Carvalho, braço direito do presidente Lula e, neste momento, peça fundamental na campanha de Marta Suplicy à prefeitura de São Paulo, à Folha de São Paulo.

Mais novo reforço da campanha de Marta Suplicy (PT), o chefe-de-gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho, disse à Folha que o PT continuará a mostrar a história do prefeito Gilberto Kassab "em todas as suas dimensões, pessoais e políticas".

Já despachando no comitê de Marta, Carvalho afirma ter considerado "absurda" a repercussão na imprensa sobre o comercial do PT e questiona a declaração de Kassab (DEM) insinuando ligação de Marta com o mensalão, já que ela trabalhou com a mulher de Delúbio Soares (ex-tesoureiro do PT), Mônica Valente. (...)

FOLHA - O comercial com indagações sobre a vida privada de Gilberto Kassab foi um deslize?

GILBERTO CARVALHO - Eu não chego a achar que é um deslize não. Na verdade, acho que houve um superdimensionamento na interpretação. Nós sabemos muito bem o que que é a devassa da vida privada. Nada a ver com o que aconteceu com o Kassab, ninguém fez nenhuma acusação a ele. (...) Contra nós vale tudo. E quando ousamos levantar uma pergunta, que é uma pergunta natural, se faz esse escarcéu.

FOLHA - Há exagero então?

CARVALHO - Absoluto, absurdo. Absurdo. Tanto que as pessoas com quem tenho conversado, do povo, nem sequer se dão conta de que tem alguma a ver com o Kassab.

FOLHA - Mas não há uma alusão a homossexualismo?

CARVALHO - (...) Não tenho como te dizer. (...) Quando se bisbilhotou a vida da Marta do jeito que se fez, nunca vi a indignação que se viu hoje, inclusive em seu jornal. (...) O comercial tinha sido programado para ter dois dias de duração. Teve. Hoje [ontem] entraram outros. Agora, nós vamos sim continuar na campanha convidando a população a conhecer melhor os dois candidatos. Em todas as suas dimensões, pessoais e políticas. Entendemos que quando você entra na vida pública sua vida fica exposta, evidente, é muito difícil a distinção entre o privado e o público. (...)

FOLHA - O sr. fala em dimensão pessoal e política.

CARVALHO - Claro, é natural. É natural que você saiba o que a Marta faz, com quem ela... com quem ela... Está exposta a vida da Marta. Foi importante, aparentemente, na última eleição.

FOLHA - O fato de ela ter se separado, casado de novo?

CARVALHO - Isso foi explorado à saciedade, e nós nunca nos insurgimos. Quando você entra na vida política, pública, você sabe que está sujeito a isso. A gente não apóia a exploração, mas é um pouco do ônus nosso.


Tenho alguns amigos que vêem em Lula e Dirceu o exemplo perfeito e acabado do que é o petismo. Eu não acho. Para mim a cara do petismo é Gilberto Carvalho, e Marta SuplicyMarco Aurélio Garcia. Lula, sabe-se, tornou-se uma espécie de entidade que paira acima do petismo. Ele é o dono da estrelinha, o arrendatário perene daquele um terço do eleitorado brasileiro que votará no PT até o fim dos tempos - mesmo que o presidente diga, em rede nacional, que batia na própria mãe (sim, aquela que nasceu analfabeta). Dirceu, por sua vez, é um fantasma. Um espéctro que, é certo, assombra o Brasil e o PT. Mas não tem mais a força que teve outrora.


Não. Para mim a cnalhice, o arrivismo e a pequenez do petismo estão estampadas nas fuças de gente como Gilberto Carvalho. Ele - talvez em razão de não ter pretensões eleitorais próprias - pode transbordar por completo o golpismo antidemocrático que há no PT. O mesmo golpismo que, em 1988, levou os companhêros a repudiar a Constituição sob a alegação de que era "uma constituiçção burguesa. O mesmo golpismo que, vinte anos depois, os leva a sugerir uma Assembléia Nacional Constituinte cujo único objetivo seria dilapidar a democracia e eternizar a canalha no poder.

Percebam que o caráter de Carvalho - ou do petismo, como queiram - se revela logo na primeira resposta concedida à Folha: para ele o anúncio televisivo homofóbico, baixo e preconceituoso veiculado pela campanha de Marta não foi, sequer, um equívoco. Claro! Afinal essa gente está convencida de ser a portadora de uma verdade transcendental que libertará ozoprimido do jugo dazelite e culminará com a construção do tal "outro mundo poçíveu". Eles não são simples mortais - como direi? - "burgueses", como nós. Que nada! São praticamente deuses. São a avanguarda de uma classe social redentora, escolhida pelas forças do universo para nos ensinar o que nós queremos. Gente assim não erra. Não comete equívocos. Tudo o que eles fazem é friamente calculado. Nada é por acaso.

A tática gramsciana da inversão de valores também está estampada nas palavras de Carvalho. Notem que ele parte logo para a patacoada de transformar vítimas em agressores, e vice-versa. Segundo ele, "contra o PT vale tudo". Ah, é? O que, por exemplo? Que golpe baixo a campanha de Kassab usou contra a mulher do argentino ao longo da campanha? Em que aspecto de sua vida privada a dona Marta foi devassada? Em nenhum, oras! Desafio qualquer petista a me provar o contrário com fatos.

O ponto aqui é que Carvalho sabe perfeitamente disso. Ele sabe que ninguém usou táticas escusas contra o PT ou contra Marta. O que ele quer é apenas deixar a dúvida no ar, afinal o petismo goza de uma certa - como seria? - "indulgência prévia" nestepaiz. Aos companhêros da estrelinha é dado transigir as regras que, outros, não poderiam sequer pensar em desobedecer. E por quê? Ora, porque o PT tem uma "causa". O PT luta pelozoprimido.

Percebam que a mentira reiterada, ao melhor estilo Goebbels (nunca é demais lembrar que o petismo é parente do nazismo, afinal este também se dizia socialista), também permeia as palavras de carvalho. Segundo ele, a vida privada de Marta foi bisbilhotada no passado. Será? Por quem? Se bem me lembro - e uma rápida pesquisa na internet pode confirmar isso - foram os próprios vértices do triângulo Suplicy-Wermus(ou Favre)-Marta que fizeram questão de expor sua intimidade em praça pública. Uma vez dado tal passo, as várias Caras e demais tablóides do gênero caíram em cima. Ora, vão dizer que não era esse o efeito esperado? Não era exatamente isso que Marta queria ao decidir sozinha pela exposição de seu... ménage a trois?

Pergunto: qual partido - ou político - de oposição ao PT bisbilhotou na vida de Marta? Vamos, pogreçistas, manifestem-se! Desafio-os a me apontarem um. Um só!

Não. Na verdade não nutro qualquer esperança de que consigam. E sabem por quê? Porque não há.

O PT já chegou no fundo do poço há muito tempo. Mas, então, começou a cavar desesperadamente e continua a descer ainda mais. Mesmo quando pensamos que não é possível descer mais, o petismo nos surpreende.

O caso de São Paulo é emblemático. Eles ainda não atingiram o limite. Vão descer mais. Muito mais. O post abaixo, sobre o tal panfleto anti-Kassab, mostra bem isso. Aliás, o referido episódio ilustra o que Gilberto Carvalho queria dizer quando afirmou que a campanha de Marta vai continuar a "convidar a população a conhecer a vida pessoal dos candidatos".

Essa gente é perigosa. O perigo deles decorre da completa falta de limites éticos e morais que os caracteriza. Precisam ser contidos a todo custo, pelo bem da democracia e do seu sistema de liberdades. São Paulo está prestes a dar uma grande contribuição. Espero que o Brasil vá no mesmo caminho.

terça-feira


Le Monde Diplomatique

• Para compreender a crise financeira

Financial Times

• Flexibilidade é bom. Improvisar na hora não é

The New York Times

• Crise econômica dos Estados Unidos dissemina-se para outros continentes

• Mercados emergentes descobrem que sentem a dor de Wall Street

Fonte: Acertos de Contas