A portas fechadas, Lula critica excessos da PF
Lula fez, em diálogos privados, críticas acerbas aos métodos usados pela Polícia Federal na Operação Satiagraha.
Abespinhou-se especialmente com dois aspectos: o "abuso" no uso das algemas e "o vazamento" para a imprensa de peças sigilosas do inquérito.
Considerou "falha grave" também o fato de a PF ter facultado a uma equipe da TV Globo a filmagem das cenas de prisão de alguns dos envolvidos.
Na semana passada, quando Gilmar Mendes, presidente do STF, queixara-se da "espetacularização" da ação da PF, Lula encontrava-se no exterior.
Embora informado acerca das reações à Satiagraha, ele evitou pronunciar críticas à polícia a céu aberto. Chegou mesmo a elogiar a atuação da PF.
De volta ao Brasil, porém, Lula pôs-se a fazer reparos. Reclamou, por exemplo, da tentativa de arrastar o seu chefe de gabinete, Gilberto Carvalho, para o centro do escândalo.
Algo que o fez recomendar a unificação do discurso oficial em defesa do auxiliar. Lula revela-se inconformado com o envolvimento do ex-deputado petista Luiz Eduardo Greenhalgh com Daniel Dantas.
Reclamou do telefonema que Greenhalgh fez para Carvalho. Uma insensatez, afirma. Pediu cuidado no contato com "amigos que buscam auxílio nos escaninhos do governo.
Mas, curiosamente, esquivou-se de fazer reparos ao comportamento de Carvalho, o auxiliar direto que se prontificou a buscar no GSI (Gabinete de Segurança Institucional) as informações que o companheiro petista, e advogado de Dantas, lhe solicitara.
Lula repetiu os reparos à atuação da PF em reunião do grupo de coordenação política do governo, nesta terça-feira (15). Referiu-se às algemas e aos vazamentos.
Presente ao encontro, o ministro Tarso Genro (Justiça), superior hierárquico da PF, ouviu os queixumes do presidente.
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