quinta-feira

Lula dá força a articulação para reabilitar Renan


Plano de Lula é facilitar retorno do senador à liderança do PMDB

Por Christiane Samarco (Estadão)

Um ano e três meses depois de estourar a denúncia de que teve despesas pagas por um lobista de uma empreiteira - entre elas, pensão para a filha que teve fora do casamento -, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) ensaia seu retorno ao cenário nacional embalado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Outras cinco acusações também renderam pedidos de cassação no Conselho de Ética e acabaram levando o peemedebista a renunciar à presidência do Senado em outubro.

Na quinta-feira passada, ele foi recebido por Lula no Palácio do Planalto, com a boa nova de que a inauguração da primeira obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Nordeste será em seu reduto eleitoral. A adutora entre Palmeira dos Índios e Quebrangulo será inaugurada no mês de outubro, com a promessa da presença do presidente da República no palanque. Ontem, um telefonema de Lula pouco depois do meio-dia anunciou outra boa notícia. Renan foi autorizado a alardear aos eleitores a inclusão do metrô de superfície de Maceió no PAC.

Sob o comando do aliado Geddel Vieira Lima (PMDB), o Ministério da Integração Nacional reservou cerca de R$ 1 bilhão para o Canal do Sertão, obra estratégica que vai atender 40 municípios alagoanos, e para adutoras e barragens na região, ampliando a rede de água e de saneamento básico.

A série de investimentos federais na base eleitoral de Renan é fundamental em tempos de campanha municipal, principalmente para quem, como ele, tem um filho com seu nome à frente da Prefeitura de Murici (AL), disputando a reeleição.

Mas a ofensiva que une Planalto, PT e PMDB para reabilitar Renan vai muito além de Alagoas. O plano do governo e do partido é facilitar o retorno de Renan à liderança da maior bancada do Senado. Mesmo sem ter direito a voto, o apoio do presidente vale ouro para eleger o líder de uma bancada que tem demandas permanentes junto ao governo. No PMDB, candidato a líder que não tem canal direto com o Planalto não se elege.

CONTRAPARTIDA

A articulação palaciana não se restringe apenas à liderança do PMDB. O que está em jogo é uma cadeira muito mais preciosa a um presidente em fim de mandato, sem direito à reeleição e com a difícil tarefa de eleger o sucessor: a de presidente do Senado.

Para que Lula tenha tranqüilidade e tempo para se dedicar à campanha do sucessor, é fundamental a garantia de que o presidente do Senado não surpreenderá o governo colocando em pauta propostas que contrariem o interesse do Planalto.

Ninguém melhor para desempenhar este papel do que um companheiro petista que tenha o apoio do PMDB para se eleger e bom trânsito na oposição para conduzir o Congresso. O escolhido neste caso é o senador Tião Viana (AC). A contrapartida do apoio peemedebista é o voto fechado dos petistas e ao menos boa parte dos aliados para eleger presidente da Câmara o deputado Michel Temer (SP), que já é o comandante nacional do PMDB.

2 Comentários:

Às agosto 29, 2008 , Blogger ZEPOVO disse...

Muitas teorias mal intencionadas. Lula tem outras opções bem melhores e "mais baratas" para a Presidência do Senado.

 
Às setembro 03, 2008 , Blogger Lata Mágica Recife disse...

Passando para dar uma grande noticia. Nosso trabalho de fotografia com latas foi reconhecido entre os 200 melhores sites/blogs do brasil da Editora Abril.

Publicamos novas imagens do Recife como forma de comemoração.
Agradecemos a todos que sempre nos deram apoio e incentivo ao nosso trabalho autoral, pois fotografar com uma lata nos dias de hoje é documentar além do que os olhos e as lentes podem ver.

Willam & Odilene

 

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