Ex-diretor da ONG UniTrabalho, Jorge Lorenzetti, prestou depoimento na CPI das ONGs, no Senado sobre convênios, contratos milionários (sem licitação) com verba federal. E Governistas (a tropa de choque com maioria na CPI) não permitiu abrir o sigilo do churrasqueiro...de Lula.
Um escândalo continuado
Um escândalo continuado
Editorial Estadão (15/4/2008)
A prorrogação dos trabalhos da CPI das Organizações Não-Governamentais (ONGs) no Senado, que de outro modo encerrará em 12 de maio os seus trabalhos não propriamente profícuos, é condição necessária, mas de forma alguma suficiente para apurar irregularidades tidas como muito superiores às que teriam sido praticadas com o uso dos cartões corporativos do governo. Segundo o senador piauiense Heráclito Fortes, do DEM, há ''fortes indícios'' de desvios maciços de recursos públicos em operações que envolvem pessoas e entidades ligadas ao PT e ao Planalto.
Para todos os efeitos práticos, essas parcerias espúrias convertem as organizações não-governamentais a que dizem respeito em verdadeiros organismos paraestatais sustentados pelo contribuinte. Uma parcela indeterminada das 300 mil ONGs do Brasil, por sinal, mais se parece com lobbies de grupos econômicos - para isso mesmo é que foram criadas.
Decerto pelo motivo mencionado pelo senador, desde o seu início, em outubro passado, as investigações da CPI têm sido sistematicamente bloqueadas por senadores da base do governo. E não será tampouco por outro motivo que a sua prorrogação por 90 dias, supondo que a oposição a consiga, bastará para que se chegue ao desvendamento desse que tem tudo para ser mais um escândalo continuado que o lulismo quer varrer para debaixo do tapete. Os números dão idéia do espaço que existe para fraudes, favorecimentos e desperdícios. Entre 2003 e 2007, a administração Lula repassou R$ 12,6 bilhões a 7.700 ONGs por meio de 20 mil convênios e outras modalidades de vinculação. Duas situações reveladoras do muito que há para ser levantado nesse campo fecundo para ilicitudes vieram a público nos últimos dias.
No domingo, o Estado descreveu um caso de provável promiscuidade entre o público e o privado, cujo principal protagonista é o ex-diretor-executivo de uma ONG que mantém cinco contratos ativos com uma agência federal que ele mesmo dirige. E, ontem, a Folha de S.Paulo noticiou que uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) condenou três convênios com uma ''associação corporativa'' cujo dirigente tem ligações com o presidente Lula.
O personagem da matéria do Estado é o secretário de Desenvolvimento Territorial, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Humberto Oliveira, que de 1992 a 2002 esteve à frente da Associação de Orientação às Cooperativas do Nordeste (Assocene). No atual governo, a entidade recebeu R$ 3,7 milhões, dos quais R$ 2,3 milhões saídos da repartição de Oliveira. E esta é peça-chave do programa Territórios da Cidadania, cujos investimentos previstos para o ano em curso alcançam R$ 11,3 bilhões.
O secretário, naturalmente, nega que tenha privilegiado a associação da qual se afastou para integrar o governo Lula. Todas as ONGs financiadas pela Secretaria, assegura, são selecionadas mediante critérios rigorosos, com o aval de conselhos estaduais. Ele ressalta ainda que a Assocene recebeu recursos dos dois governos anteriores. O conflito de interesses, de todo modo, salta aos olhos - e está longe de ser um caso único.
A CPI das ONGs identificou pelo menos uma centena de agentes públicos federais vinculados a órgãos do gênero, a exemplo de Oliveira. Para o presidente da CPI, Raimundo Colombo, do DEM de Santa Catarina, trata-se de ''dupla militância''. Desalentado, ele reconhece que a maioria dos membros da comissão não parece disposta a checar as contas das ONGs envolvidas nem ''a composição real do comando administrativo dessas instituições''.
Já os parceiros dos três contratos reprovados pelos auditores do TCU são o Ministério do Turismo e a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), que recebeu deste governo R$ 24 milhões. A Abrasel, na contramão do Ministério da Saúde, defende o fumo em lugares fechados e se opõe à proibição da venda de bebidas alcoólicas nas estradas. Um dos repasses declarados contrários ao interesse público ajudou a bancar um congresso da associação em agosto de 2006, a que compareceu o presidente Lula, levado por um amigo do ramo.
O TCU analisou uma amostra de 167 contratos com ONGs. Encontrou irregularidades em todas as etapas das parcerias. Resume o presidente da CPI: ''Não há critério para seleção, não há fiscalização, não há cobrança de resultados.''
Estadão
*** Jorge Lorenzetti, foi ex-coordenador da área de inteligência da campanha à reeleição do presidente Lula, Lorenzetti também foi acusado de ser um dos "aloprados" que teria participado da articulação de dossiê com denúncias contra candidatos tucanos nas eleições de 2006. Fonte
Para todos os efeitos práticos, essas parcerias espúrias convertem as organizações não-governamentais a que dizem respeito em verdadeiros organismos paraestatais sustentados pelo contribuinte. Uma parcela indeterminada das 300 mil ONGs do Brasil, por sinal, mais se parece com lobbies de grupos econômicos - para isso mesmo é que foram criadas.
Decerto pelo motivo mencionado pelo senador, desde o seu início, em outubro passado, as investigações da CPI têm sido sistematicamente bloqueadas por senadores da base do governo. E não será tampouco por outro motivo que a sua prorrogação por 90 dias, supondo que a oposição a consiga, bastará para que se chegue ao desvendamento desse que tem tudo para ser mais um escândalo continuado que o lulismo quer varrer para debaixo do tapete. Os números dão idéia do espaço que existe para fraudes, favorecimentos e desperdícios. Entre 2003 e 2007, a administração Lula repassou R$ 12,6 bilhões a 7.700 ONGs por meio de 20 mil convênios e outras modalidades de vinculação. Duas situações reveladoras do muito que há para ser levantado nesse campo fecundo para ilicitudes vieram a público nos últimos dias.
No domingo, o Estado descreveu um caso de provável promiscuidade entre o público e o privado, cujo principal protagonista é o ex-diretor-executivo de uma ONG que mantém cinco contratos ativos com uma agência federal que ele mesmo dirige. E, ontem, a Folha de S.Paulo noticiou que uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) condenou três convênios com uma ''associação corporativa'' cujo dirigente tem ligações com o presidente Lula.
O personagem da matéria do Estado é o secretário de Desenvolvimento Territorial, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Humberto Oliveira, que de 1992 a 2002 esteve à frente da Associação de Orientação às Cooperativas do Nordeste (Assocene). No atual governo, a entidade recebeu R$ 3,7 milhões, dos quais R$ 2,3 milhões saídos da repartição de Oliveira. E esta é peça-chave do programa Territórios da Cidadania, cujos investimentos previstos para o ano em curso alcançam R$ 11,3 bilhões.
O secretário, naturalmente, nega que tenha privilegiado a associação da qual se afastou para integrar o governo Lula. Todas as ONGs financiadas pela Secretaria, assegura, são selecionadas mediante critérios rigorosos, com o aval de conselhos estaduais. Ele ressalta ainda que a Assocene recebeu recursos dos dois governos anteriores. O conflito de interesses, de todo modo, salta aos olhos - e está longe de ser um caso único.
A CPI das ONGs identificou pelo menos uma centena de agentes públicos federais vinculados a órgãos do gênero, a exemplo de Oliveira. Para o presidente da CPI, Raimundo Colombo, do DEM de Santa Catarina, trata-se de ''dupla militância''. Desalentado, ele reconhece que a maioria dos membros da comissão não parece disposta a checar as contas das ONGs envolvidas nem ''a composição real do comando administrativo dessas instituições''.
Já os parceiros dos três contratos reprovados pelos auditores do TCU são o Ministério do Turismo e a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), que recebeu deste governo R$ 24 milhões. A Abrasel, na contramão do Ministério da Saúde, defende o fumo em lugares fechados e se opõe à proibição da venda de bebidas alcoólicas nas estradas. Um dos repasses declarados contrários ao interesse público ajudou a bancar um congresso da associação em agosto de 2006, a que compareceu o presidente Lula, levado por um amigo do ramo.
O TCU analisou uma amostra de 167 contratos com ONGs. Encontrou irregularidades em todas as etapas das parcerias. Resume o presidente da CPI: ''Não há critério para seleção, não há fiscalização, não há cobrança de resultados.''
Estadão
*** Jorge Lorenzetti, foi ex-coordenador da área de inteligência da campanha à reeleição do presidente Lula, Lorenzetti também foi acusado de ser um dos "aloprados" que teria participado da articulação de dossiê com denúncias contra candidatos tucanos nas eleições de 2006. Fonte
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